“Janus” conta a história de uma misteriosa chacina de uma família na noite da véspera de natal. A narrativa começa com o interrogatório do único suspeito encontrado pela polícia na cena do crime. Com texto original do próprio coletivo, o espetáculo passeia pela atmosfera dos filmes Noir, um subgênero de filmes policiais americanos, e que teve o seu ápice entre os anos de 1939 e 1950. A peça é marcada pela experimentação de comunicação entre as linguagens teatrais e cinematográficas, explorando as quebras de paredes entre platéia, atores, direção e espaço.
O texto original é do grupo Cafeína, formado pelos atores João Gott, Rafael Salmona e o diretor José de Campos.
O assassinato de toda uma família é o pano de fundo para a narrativa de “Janus”.
O espetáculo é dividido em três atos com enormes possibilidades de interpretações, tanto para a plateia, quanto para os atores. O público assiste, desde o interrogatório do suspeito, até os desfechos que fazem do espetáculo um começo e fim contínuos, de metalinguagens e reviravoltas. Transições e dualidades permeiam a existência de um passado incerto, onde questionamentos surgem a cada fala dos personagens.
O texto de “Janus“, assim como sua encenação, busca inspiração em histórias reais de serial-killers, na psicopatia e na capacidade da transgressão da dualidade humana. As atuações refletem os pólos existentes entre atores e personagens, sustentados apenas pelas profundezas de suas próprias almas. O nome do espetáculo é uma homenagem ao deus Jano, ou Janus, que foi um deus romano que representava as mudanças e transições. A sua face dupla também simboliza o passado e o futuro. Jano foi o deus dos inícios, das decisões e das escolhas.